Quando as pessoas pensam em clonagem, logo pensam em duplicar um indivíduo, mas para os cientistas a clonagem Terapêutica tem fins diferentes, essa técnica é utilizada principalmente para produzir tecidos, órgãos para transplante e tratamento de doenças.
O procedimento é igual aos estágios iniciais da clonagem para fins reprodutivos, o que difere é que não são introduzidos no útero para o desenvolvimento do embrião. Ela é produzida em laboratório para a produção de células para a formação de tecidos ou órgãos, essa técnica tem o objetivo de produzir uma cópia saudável dos tecidos ou órgãos saudáveis para a pessoa que necessitar.
Em alguns casos a clonagem Terapêutica não funciona, o doador por exemplo não poderia fazer a doação caso tivesse alguma doença genética, pois a mutação da doença estaria presente em todas as células do corpo.
Existem dois tipos de células-tronco produzidas utilizando a técnica de clonagem Terapêutica:
- Células-tronco Embrionárias: Essas células são as mais importantes e particularmente são usadas no desenvolvimento de diferentes tipos de tecidos ou restaurar a função de um órgão. As células-tronco embrionárias poderiam ser transplantadas para substituir as células mortas ou perdidas pela doença.
- Células-tronco Adultas: Essas células não podem ser usadas em qualquer tecido, as células-tronco adultas são utilizadas apenas para os órgãos originais, por exemplo as células do fígado só servirão para o fígado, as células musculares só servirão para o músculo e assim por todos os órgãos e tecidos do corpo humano.
Polêmica
Nessa técnica, as células-tronco são removidas do embrião após 5 dias de desenvolvimento. Na remoção das células-tronco, ocorre destruição completa do embrião, o que provoca muitas discussões sobre as consequências éticas desse procedimento. Para muitos o embrião é considerado uma vida, mesmo que no início.
Benefícios da clonagem terapêutica
A clonagem terapêutica pode ser usada para fabricar tecidos ou órgãos. Nessa procedimento, retira-se uma célula somática de uma pessoa, transferindo o seu núcleo para um óvulo previamente anucleado. Posteriormente, com o auxílio de choques elétricos, são induzidas divisões celulares para a obtenção de células-tronco que possuem a capacidade de se diferenciar em todos os tecidos humanos.
Assim, considerando uma pessoa que sofreu uma lesão num acidente, poderão ser utilizadas as células-tronco para a recuperação do tecido lesado. Nesse caso, a vantagem seria a diminuição de rejeição, pois o tecido transplantado teria a mesma constituição do organismo do receptor.
Em muitas doenças em que não há cura, como o Alzheimer, as células clonadas fariam uma reprogramação dos genes para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Veja mais benefícios da clonagem terapêutica:
– Capacidade de renovar as células que estejam danificadas;
– Possibilidade de aumentar o tempo e a qualidade de vida do indivíduo;
– Possibilidade de tratar patologias incuráveis;
– Possui o mesmo ADN do receptor, diminuindo a taxa de rejeição em casos de transplantes;
– Possibilita a casais inférteis ter fertilização.
Há, porém, muitas pessoas contrárias à aplicação dessa técnica, pois acreditam que pode abrir espaço para a clonagem reprodutiva, mesmo sabendo que nunca ocorrerá a produção de um clone, pois não há a transferência para o útero.
Por: Rafael Queiroz