A formação cultural brasileira caracterizou-se pela mestiçagem racial e pela fusão da cultura europeia com as culturas dos indígenas nativos e dos negros africanos escravizados. Algumas manifestações dessa cultura miscigenada estão na alimentação, nos hábitos cotidianos, no vocabulário e no folclore.
A história da formação territorial do Brasil, assim como o processo de colonização, teve como resultado a diversidade cultural, base da formação do povo brasileiro. Todo esse processo se deu por meio da conquista e da ação de muitas pessoas.
A formação da cultura brasileira está relacionada ao processo de organização do país como nação, isto é, um conjunto de pessoas que compartilham o mesmo processo histórico, que determina uma forma de viver e de organizar os lugares e as regiões que compõem o território nacional. Essa identidade cultural possibilita a formação da consciência nacional, isto é, o sentimento de fazer parte de um país, além de dar unidade a ele, permitindo a manutenção de suas fronteiras.
A cultura indígena
Quando os portugueses aqui chegaram, no século XVI, encontraram um panorama étnico bem definido: nações indígenas distribuídas por grande parte do território brasileiro, as quais viviam basicamente da coleta vegetal e animal e desconheciam técnicas de produção agrícola mecanizadas.
Desprovidos de anticorpos contra as doenças do colonizador europeu e brutalizados pelas tentativas de escravização, os grupos indígenas sofreram forte redução.
No Brasil, o uso cotidiano da mandioca e do milho, bem como o preparo de moqueca e pirão de peixe, devem-se aos indígenas. Hábitos como tomar banho de rio e mar, andar descalço e ficar de cócoras também provêm dos indígenas, além do uso de utensílios como anzol, rede, cestas e alçapão, entre outros.
A influência indígena também está presente na música, nos métodos de caça e pesca, nas brincadeiras infantis e no conhecimento das plantas e ervas medicinais. Diversas palavras indígenas são adotadas para denominar peixes e aves, além de pessoas, localidades, ruas e acidentes geográficos. Niterói, Iguaçu, Ipanema, Anhangabaú, Piracicaba, Bartira e carioca são apenas alguns exemplos.
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A cultura africana
A introdução do negro africano no Brasil foi estimulada pelo lucro proporcionado pelo tráfico negreiro e pelo interesse das oligarquias agrárias na mão de obra escrava.
Muitos instrumentos musicais hoje comuns no Brasil, como a flauta africana, o tambor, a marimba, o atabaque, o berimbau e a cuíca, foram trazidos pelos negros escravizados. A musicalidade africana está bastante presente no Brasil, manifestando-se, por exemplo, nos ritmos, como o samba, e nas danças, como o cateretê e o jongo.
Diversas palavras de origem africana foram incorporadas ao vocabulário brasileiro, como umbanda, canjica, muamba, samba e acarajé. O quicongo, ou congolês, é considerado uma das línguas formadoras da língua portuguesa falada no Brasil.
A alimentação, quanto aos ingredientes e ao modo de preparo, também denota a grande influência africana. Exemplo disso é o acarajé, preparado com feijão fradinho, azeite de dendê, camarões e pimenta.
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A cultura dos imigrantes
A partir de 1880, o Brasil recebeu milhares de imigrantes europeus, vindos principalmente para trabalhar na lavoura cafeeira. Esses imigrantes contribuíram decisivamente para a formação econômica e cultural do país. Entre os europeus não-portugueses que vieram para o Brasil, destacaram-se:
- os suíços, em 1819, que se fixaram na província do Rio de Janeiro;
- os alemães, em 1824, que se instalaram sobretudo na região do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina;
- os eslavos, oriundos da Ucrânia e da Polônia, a partir de 1869, que se estabeleceram no Paraná;
- os espanhóis, que chegaram na década de 1880 e concentraram-se na província de São Paulo;
- e os italianos, em 1870, que, em sua maioria, fixaram-se na província de São Paulo.
As influências culturais desses povos estão presentes em toda parte, na culinária, na arquitetura, na personalidade, no vestir, na educação, nas expressões, na música, na ciência e nas artes.
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Atualmente
A variedade cultural brasileira, atualmente, tem sofrido os efeitos da homogeneização promovida pela forte influência do modo de vida da sociedade moderna (valores europeus e estadunidenses). Esses novos valores são absorvidos pelos meios de comunicação de massa (televisão, Internet, rádio, revistas, jornais), pela indústria cultural e pelo forte apelo consumista.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
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