Hoje vivemos em um mundo estruturado sob uma nova ordem internacional, cujo perfil ainda não se encontra completamente definido.
Desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, discute-se a emergência de uma nova ordem mundial, com base em duas mudanças: uma geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, a grande mudança foi o fim da Guerra Fria e o da bipolarização de poder entre os Estados Unidos e a União Soviética. Na economia, o grande acontecimento foi o aprofundamento do processo de globalização e a formação de blocos econômicos.
O equilíbrio do poder ou a correlação de força é o significado de uma ordem mundial. É a situação econômica, militar, política e diplomática do mundo em um determinado período. No século XIX, a ordem era monopolar, sendo o Reino Unido a grande potência mundial.
No século XX, a ordem era bipolar. Após a Segunda Guerra Mundial (1945), os Estados Unidos (capitalista) e a ex-União Soviética (socialista) disputavam a hegemonia (dominação) ou supremacia internacional. Essas duas potências exerceram grande influência sobre o restante do mundo até 1991, em virtude do grande poderio econômico e militar.
A partir de 1991, a nova ordem mundial se tornou mais complexa. Do ponto de vista do poder militar, os Estados Unidos passaram a ter capacidade de intervir em conflitos importantes em quase todo o globo. Mas essa situação pode ser provisória, tendo em vista que a China moderniza as suas Forças Armadas com investimentos, inclusive em armamento nuclear. Outro exemplo se refere aos países fortes da União Europeia (França, Itália, Reino Unido e Alemanha) que podem se unir e adquirir um poderio bélico comparado ao estadunidense.
A disputa entre os grandes centros do poder, no século XXI, será entre quem tem a economia mais moderna, o melhor padrão ou qualidade de vida para suas populações, a tecnologia mais avançada. Por isso, a tendência à multipolaridade, isto é, a existência de vários centros de poder econômico (Estados Unidos, União Europeia, Japão e China), é uma característica fundamental da nova ordem.
Países como EUA, Japão e Alemanha passaram a pleitear mais poderio, influência e poder em escala mundial, agrupando-se em organizações multipolares, como, por exemplo, blocos econômicos.
Estabeleceu-se uma Nova Ordem Mundial, em geral denominada multipolar, capitaneada pelos três principais polos de poder no mundo, ou seja, as principais economias capitalistas: Estados Unidos, Alemanha e Japão. Atualmente, a China, segunda maior economia mundial, amplia sua influência na Ásia e em outras regiões do mundo.
Foi possível assistir, principalmente nas três últimas décadas, à ascensão de um grupo de países chamado de emergentes, denominados pelo acrônimo BRICS – iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa – vem aumentando sistematicamente sua participação na economia mundial, o que pode ser considerado uma “novidade” em relação aos três principais blocos de poder mundial).
Uma característica importante da nova ordem mundial é a globalização,
Os caminhos que ampliaram os contatos realizados ao longo do tempo histórico tornam possível delimitar algumas características do processo de globalização.
Uma delas é a intensa relação com os avanços tecnológicos. A melhoria na navegação (século XV) e os avanços dos meios de comunicação (século XIX até hoje) facilitaram a apropriação do espaço pelo homem.
Outra característica fundamental é a relação entre o processo de globalização e a formação de redes geográficas. Avanços como as rotas de transporte naval e os cabos submarinos intensificaram bastante o fluxo de mercadorias em escala mundial, possibilitando o acesso à informação e ao consumo em pontos isolados até então do espaço mundial.
Como terceira característica fundamental, a globalização é marcada pela desigualdade das relações entre as diferentes regiões do espaço mundial.
Fatos como a predominância europeia na colonização da América a partir do século XVI, a escravização de africanos e o neocolonialismo na Ásia e na África no século XIX geraram benefícios econômicos a certas áreas em detrimento de outras.
A globalização econômica não é igualitária, o que é visível pela existência de muitos países pobres assentados na periferia da circulação comercial mundial.
Por: Wilson Teixeira Moutinho