O Brasil tornou-se colônia de Portugal a partir da chegada de Cabral, na Bahia, em 1500, seis anos após o Tratado de Tordesilhas. De todo o legado cultural originado dessa relação entre os dois países, a língua portuguesa é, sem dúvida, o bem mais precioso.
Período Pré-Colonial
Durante os primeiros trinta anos, não houve grande interesse português pela nova terra, em razão dos altos lucros do comércio oriental de especiarias.
Nesse tempo, a exploração do Brasil caracterizou-se pelo comércio do pau-brasil, matéria-prima de cor vermelha usada para tintura de tecidos. Para extração do pau-brasil, utilizava-se mão de obra indígena, por meio de escambo.
Essa madeira era cobiçada por franceses, que começaram a visitar com frequência o litoral brasileiro. Para defender a costa litorânea, Portugal enviou expedições guarda-costas que não deram muito resultado, porque a extensão litorânea era (e continua sendo) gigantesca.
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Período Colonial
Em 1530, o rei de Portugal enviou uma expedição colonizadora sob o comando de Martim Afonso de Sousa, que fundou a primeira vila no Brasil, a vila de São Vicente.
A decisão de Portugal colonizar o Brasil se baseou em dois motivos principais: o perigo de perder a colônia na América devido às invasões e a crise econômica ocasionada pela queda do comércio de produtos do oriente.
Por causa da grande extensão territorial brasileira, Portugal dividiu a colônia em 15 lotes, denominados capitanias hereditárias. O capitão donatário tinha por responsabilidade colonizar, defender e desenvolver a cultura canavieira. Com exceção de São Vicente e Pernambuco, esse sistema não deu certo, por inúmeros motivos: falta de interesse dos donatários, distância entre Portugal e Brasil, ataques indígenas etc.
Para auxiliar os donatários, o rei de Portugal criou o sistema de Governo-Geral, centralizando a administração da colônia em Salvador, que foi fundada por Tomé de Sousa para ser a primeira capital do Brasil.
O sucesso da colonização portuguesa se deu graças aos bons resultados da economia açucareira no Nordeste, que contou com a presença de solo e clima favoráveis e com o apoio financeiro dos holandeses.
A economia açucareira se desenvolveu explorando a mão de obra dos negros africanos escravizados, que resistiam como podiam à escravidão. (Veja: Escravidão no Brasil).
Com o tempo, as terras brasileiras se expandiram para o oeste, tendo contribuído para isso as atividades dos jesuítas, a criação de gado, as entradas (oficiais), as bandeiras (particulares) e a mineração, que abriram novos caminhos para a economia portuguesa e anularam o Tratado de Tordesilhas, exigindo uma nova demarcação das fronteiras brasileiras. (Veja: Mineração no Brasil Colonial).
Em 1750, foi assinado um novo tratado entre Portugal e Espanha, o Tratado de Madri, que deu ao Brasil quase toda a sua atual configuração geográfica.
Características da colonização do Brasil
A colonização do Brasil teve como principal característica a exploração das riquezas naturais, sem a preocupação em desenvolver e beneficiar a terra explorada.
As riquezas aqui encontradas, tanto minerais como vegetais, eram levadas à Europa, por meio dos navios portugueses, onde iriam financiar os mais variados acontecimentos, desde o luxo parasitário da corte portuguesa, até a Revolução Industrial na Inglaterra.
A extração das riquezas que interessavam aos comerciantes portugueses era feita de forma predatória, sem qualquer preocupação com a preservação das matas, do solo, das águas, da fauna e dos primeiros habitantes da região.
Quando não queriam cooperar e não fugiam, os índios eram mortos em combates desiguais, já que as armas dos europeus eram mais eficientes para matar, outras vezes morriam, sem poder se defender, em armadilhas preparadas pelos invasores, como o envenenamento das águas consumidas pela tribo.
As lutas contra a metrópole portuguesa
Desde o início da colonização do Brasil, os colonos só podiam comprar de Portugal e tinham de vender somente a esse país. Com isso, os preços não eram negociados, mas estabelecidos pelos portugueses, em favorecimento próprio.
Além do mais, o Brasil – por causa do pacto colonial – não podia desenvolver nenhum tipo de atividade que fizesse concorrência aos produtos de Portugal e os colonos eram obrigados a pagar uma série de impostos, cada vez mais numerosos e altos.
Essa situação provocava, na colônia, um sentimento generalizado de grande descontentamento, manifestado por uma série de revoltas, conhecidas como revoltas coloniais, exigindo mais liberdade comercial e a independência do Brasil.
Transição para o Império
Em 1808, em meio à disputa internacional entre as potências da época – França e Inglaterra –, a família real portuguesa, protegida pelos ingleses, chegou ao Brasil, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, imperador da França. (Veja: Vinda da Família Real para o Brasil).
Tão logo desembarcou na Bahia, D. João assinou a Abertura dos Portos às Nações Amigas, dando liberdade comercial ao Brasil, o que favoreceu intensamente a Inglaterra, que acabou dominando o mercado brasileiro.
Para acalmar os ânimos portugueses, descontentes com a media, D. João, em 1821, retornou à Europa, deixando no Brasil seu filho, D. Pedro, como príncipe regente.
Em 1822, o príncipe D. Pedro, apoiado pelos proprietários brasileiros de terras, proclamou a independência do Brasil em relação a Portugal.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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